18/02/2017

Dois anos sem Tia Chiquinha

A notícia que ninguém esperava ouvir tornou ainda mais cinzenta aquela tarde de Quarta-Feira de Cinzas. Naquele dia 18 de fevereiro de 2015, Tia Chiquinha partia para o Céu. 

Nascida Francisca Ramos dos Santos em 26 de junho de 1920, no Quilombo do Curiaú, ao norte de Macapá, Tia Chiquinha foi um dos maiores nomes do Batuque e do Marabaixo, manifestações amapaenses de matriz africana. Viveu no Curiaú, tendo como irmã de criação Tia Zefa, até seu casamento com Maximino Machado dos Santos, o "Bolão", quando passou a morar no bairro do Laguinho, tendo retornado ao Curiaú após enviuvar. 

Eu já conhecia Tia Chiquinha por referências em canções e entrevistas de Patrícia Bastos, desde o começo do meu trabalho com o blog Som do Norte. Foi também Patrícia quem me apresentou a Tia Chiquinha, em 7 de maio de 2013, em frente à sede do Grupo do Pavão, no Laguinho; era a noite da Quarta-Feira da Murta do Espírito Santo. Depois disso, estive algumas vezes em sua casa, de modo que quando resolvi dar início ao projeto As Tias do Marabaixo eu tinha certeza de que ela deveria ser a primeira entrevistada. 

E assim, estive com a equipe da Graphite Comunicação no Curiaú gravando um longo depoimento e dois números musicais com Tia Chiquinha na manhã de 8 de maio de 2014, dando início à filmagem do meu documentário (ainda inédito). Curiosamente, foi sua casa o primeiro lugar onde fui após a gravação do último depoimento registrado, o de Tia Biló, no dia 27 de junho. Nessa data, comemorou-se os 94 anos de Tia Chiquinha, completados na véspera. 

Para homenageá-la, publico aqui as cinco fotos da exposição As Tias do Marabaixo, feitas em 2014, em que ela aparece. 




Com Laís Maciel, do grupo Raízes da Favela




Tia Chiquinha, ao fundo, aprecia o canto de
Tia Zefa e Elísia Congó (com os microfones)



Tia Chiquinha canta com o grupo Raízes do Bolão, 
formado por seus familiares, na festa dos seus 94 anos


  • Veja também o curta-metragem Tia Chiquinha, lançado em 8 de março de 2015.


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